segunda-feira, novembro 04, 2019

A LETRA D E A CURVA DE FIBONACCI



A LETRA D E A CURVA DE FIBONACCI

Na matemática, a Sucessão de Fibonacci (Sequência de Fibonacci), é uma sequência de números inteiros, começando normalmente por 0 e 1, na qual, cada termo subsequente corresponde à soma dos dois anteriores. A sequência recebeu o nome do matemático italiano Leonardo de Pisa, mais conhecido por Fibonacci, que descreveu, no ano de 1202, o crescimento de uma população de coelhos, a partir desta. Esta sequência já era, no entanto, conhecida na antiguidade. (Wikipédia)


A sequência de Fibonacci pode ser vista em toda natureza. As sementes das flores, frutos e, de forma particularmente interessante, as pinhas, trazem no seu escopo natural esta sequência. Os números são facilmente observados nos arranjos de folhas do ramo de uma planta, no número de pétalas das flores etc.




Onde aparece a Curva de Fibonacci
Girassol - as sementes preenchem o miolo dispostas em dois conjuntos de espirais: normalmente, 21 no sentido horário e 34 no anti-horário.
Reprodução das abelhas - a sequência de Fibonacci descreve perfeitamente a reprodução das abelhas.
Concha do caramujo - cada novo pedaço tem a dimensão da soma dos dois antecessores.
Camaleão – o rabo contraído é uma das representações mais perfeitas da espiral de Fibonacci.
Elefante - se as presas de marfim crescessem sem parar formariam a curva de Fibonacci,
Ilíada - está na razão entre as estrofes maiores e menores da ilíada.
Partenon - a largura e a altura da fachada possuem a proporção de 1 para 1,618.
As grandes pirâmides - cada bloco é 1,618 vezes maior que o bloco do nível acima.  
Face – nas faces harmoniosas, a divisão da distância entre o centro da boca e o “terceiro olho” pela distância entre esse ponto e uma das pupilas bate no 1,618

A curva de Fibonacci na escrita
Como aparecem em milhares de criações da natureza, mas também e principalmente para nossos estudados em criações humanas (Parternon, Ilíada etc.) é mais do que natural que apareça na escrita, pois ela é uma obra essencialmente humana.
Quando iniciei estes estudos, parti de duas hipóteses:
1. O traço realizado de forma intencional, o autor conhece a curva e “resolver” executá-lo na escrita.  
      Pouco provável.
2.     O autor executa de forma não intencional.
Hipótese mais provável. Todavia depois de muitas vezes cheguei a outra hipótese, embora o autor execute de maneira intuitiva e não intencional, tem conhecimentos, trabalha com a curva e conhece a curva. Desta forma, após assimilação o traço para a compor a escrita. O símbolo se incorpora ao gesto. Neste caso tenho como exemplo a escrita do escultor francês Auguste Rodin.

Evidente que outras hipóteses que podem ser traçadas, todavia centrei os estudos na segunda.  
Como esta proporção (Fibonacci) é uma sucessão numérica, sempre é possível ver a manifestação em muitos aspectos da natureza de maneira estética e funcional. Sem entrarmos em maiores considerações, a base explicativa para a teoria criacionista denominada Design Inteligente segue esta linha de análise.
Quando isto for levado para o estudo das escritas, os traços indicam, portanto, capacidade de estética e funcional, não por outra que o curva de Fibonacci aparece em escrita de pessoas com inteligência acima da média, escritores, pintores, artistas etc.

Traço na letra D
Embora possa aparecem em outras letras, pois o que importa é a forma do traço, observei com maior frequência na letra D minúscula.
Toda escrita parte de um modelo caligráfico ensinado, a partir isto o escritor ao estabelecer uma “ligação” com a letra para de forma consciente a escrever tal modelo, após isto aparece o automatismo e a escrita começa ou não se modificar por várias razões. Idade por exemplo, o “aparelho” do escritor, por assim dizer (corpo humano) se modifica ao longe do tempo. Com relação a isto é possível lembrar que na alguns alunos gostam mais de determinada letra em detrimento de outras.
A escrita se modifica muito mais de maneira inconsciente do que consciente dentro das espécies grafológicas.  
Toda vez que tentamos mudar determinados traços em nossa escrita, temos, ante de tudo que exercer a vontade, todavia de forma inconsciente o traço retorno quase que se imediato após o primeiro treinamento.  Aqui convém lembrar Pulver: o consciente escreve, o inconsciente dita.
Michon foi o primeiro a descrever este traço. Descrito no livro, Les Mystères de l'écriture: art de juger les hommes sur leurs autografes. A. Desbarrolles et Jean-Hippolyte Michon.



Formação do traço
O traço é executado em somente um impulso. A letra D é simplificada, a oval praticamente desaparece, é por assim dizer aberta.
O traço pode ter origem na zona superior ou inferior, mas na quase totalidade das vezes começa na zona média.
A zona média é a que representa o ego, o escrito parte para se elevar para a superior.
Interpretação geral Zona Média:
-  esfera da autoestima
-  emotivo-sentimental
-  sentido comum
-  comportamento social
-  adaptação à realidade
-  vida cotidiana
-  ego
-  zona dos conflitos
-  realidade
-  presente

A interpretação, homens de seu tempo. O egocentrismo não deixa de estar presente, todavia existe forte deslocamento libidinal para a zona superior.


A necessidade de expansão manifesta-se no espaço (Pulver), depende da maneira como nos expandimos (ou contraímos). O alargamento(vertical) mostra as necessidades de acordo com a zona para que se dirige, como o traço para a zona superior.  

O traço final lançado para zona superior
Trata-se de um gesto de extensão, o movimento do traço também se realiza no plano sagital, todavia de baixo para cima. Afasta-se do corpo. A extensão pode ocorrer quando determinados traços (letra g, por exemplo) voltam para a posição anatômica inicial. Disto resultam diversas interpretações, este “jogo” de movimentos flexão/tensão resulta na elasticidade do traço.
Todavia ao terminar o traço a caneta de lança de “forma imaterial” para cima, ou seja, para o infinito. O autor do grafismo literalmente solta as rédeas da imaginação. Não existe mais a presença material do traço, imaginação está solta.
No traços de extensão o escritor se afasta com corpo, o pensamento fica livre ada amarras do mundo físico.
Interpretação geral da Zona Superior:
Ø  esfera das ideias
Ø  imaginação, razão, consciência
Ø  intelecto, aspirações individuais
Ø  projetos utópicos, fuga da realidade
Ø  imaginação, fantasia
Ø  pensamento abstrato, capacidade criadora
Ø  idealismo, projetos utópicos e misticismo
Ø  Deus, anjos, impulsos divinos, céus
Ø  topo, alto, cume, estar em cima
Ø  consciência individual
Ø  estrutura da individualidade e espiritualidade
Ø  ética, religiosidade.

Observe as características descritas acima. O deslocamento do traço para a zona superior, mostra como interpretava a genialidade que Michon atribuía ao traço.




No livro (Système de graphologie, (1875), o abade Michon assinala a equação "curva = suavidade", ou, mais exatamente, "qualquer curva é um gerador de gentileza". 
Isto continua válido até os dias de hoje.
Mais tarde irá afirmar que e "qualquer curva é um gerador artístico”. Alguns sinais estudados por Michon exemplificam de maneira magistral suas teorias, como por exemplo a letra o D lírico, indicativo de criatividade.  
Basta refletir um pouco, para criar o autor necessita de “soltar” as rédeas da imaginação, a tensão do ângulo certamente é contrária a isto.

Sem levar em maiores considerações, o traço é sinestrógiro, com início progressivo e no final levemente regressivo.

Conclusão
Existe algumas variações que vou mostrar ao longo do tempo.
Trata-se de um traço marcador ou catalizador de altíssima qualidade que específica o escritor e o individualiza da média das pessoas.
A escrita tende a ser desligada, combinada, o que amplia o nível de intuição.
O traço é raro, praticamente isento em crianças. Ocorre geralmente em pessoa com cultura acima da média, artistas, arquitetos, pessoas ligadas a arte, humanistas etc.




Paulo Sergio de Camargo
Grafologia - Linguagem Corporal
Loja Virtual - Livros de Grafologia