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Assinatura - Uma história incrível
Ao longo
dos anos colecionei milhares de escritas, isto mesmo milhares, mais de duzentos
mil. Talvez pudesse explicar este colecionismo em termos freudianos, escritas,
livros (mais de 1.500 de grafologia) e histórias.
Cada livro
assinado ou autografado tem uma história a ser contada. Há anos refiz a viagem para a Europa de
uma professora grafóloga, comprei os livros delas em um sebo. Por cada país que
passava, comprava livros de grafologia e anotava a data e local e assinava.
Cada
assinatura conta algo da vida íntima de quem traça as poucas letras em um
papel. A personalidade fica registrada para toda eternidade. Todavia a história
de como e quando foi feita quase nunca é escrita.
Coleciono
histórias assim, como as assinaturas e textos foram feitos. Esta é uma delas, se não é a
mais sensacional, chega perto.
Vou resumir:
São Paulo, Capital. Consultório do Dr. Juliano Balseiro. 2018.
Um certo
domingo de manhã em seu consultório o dentista recebe um telefonema perguntando
ser atenderia uma paciente com urgência. – Sim, claro que sim!
Algum
tempo depois entram no consultório três agentes da Polícia Federal, mais duas
pessoas e a paciente. Demorou um pouco para entender, segundo palavras do
próprio dentista.
Era literalmente A PACIENTE: Malala Yousafzai, prêmio Nobel
da Paz.
A assinatura
no boleto é confirmação da veracidade, embora eu não necessitasse, pois a
credibilidade do dentista fala por si.
É meio
espantoso você chegar em casa e responder a pergunta: Como foi seu dia?
- Normal,
como outro qualquer. Minha paciente hoje foi Prêmio Nobel Paz.
Noves
fora:
Assinatura
legível, simples, somente o nome, ascendente, grande, alta allungata (Padre Moretti).
Traço inicial (Klages analisa este traço em seu livro Escrita e caráter) em
ângulo, energia, vontade. Ligações em guirlanda, receptividade.
O traço
embaixo funciona como sublinhado (valorização pessoal), mas também quase que
autopunitivo (tenho que me policiar).
Simples,
humilde e sem estrelismo segundo o dentista.
Parabéns
e obrigado Malala, por fazer um mundo melhor, um mundo onde as mulheres possam
ler e não serem chamadas de desaforadas.
Paulo Sergio de Camargo
Grafologia - Linguagem Corporal
0xx 11 99343 6988
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