quinta-feira, dezembro 17, 2009

Reportagem publicada no Globo em 12 de dezembro de 2009.
Cumpre realçar que o grafólogo não realiza diagnósticos médicos em nenhuma hipótese.


terça-feira, dezembro 15, 2009


Unha do criminoso - III parte
O TRAÇO REGRESSIVO

O traço regressivo indica que o escritor procura compensações, algumas devido as necessidades emocionais e dificuldades materiais que teve na infância. (volta ao passado, mãe, útero etc., Pulver) Como a direção do traço é anômala, tenta resolver isto da maneira que não é a mais razoável; ou se adapta a padrões descontínuos, muitas vezes de forma inconsciente. Pode ou não existir constância nas atitudes, mas em geral é não estão em equilíbrio com o meio, especialmente porque no plano interno, as tensões ficam em permanente ebulição.
Em geral a escrita regressiva assinala falta de espontaneidade. Preocupação em tomar iniciativas. Concentração em si mesmo, reserva, prudência e reflexão. Os estímulos ficam mais do que o tempo necessário, causando tensões que inibem o ritmo. Predomínio das tendências individuais sobre as coletivas. Atua muito mais por gostos próprios do que pelas normas. Avidez e necessidade de guardar para o futuro. Solidão e timidez.
Com ângulos; egocentrismo, indisciplina e falta de adaptação (Desurvire).

Interpretação de Klages para o traço regressivo:
Energia, independência, resolução, instinto de conservação, "altruísmo". Necessidade de apropriação, interesse próprio, falta de compaixão, avidez, indiferença, avareza, inveja, maldade, "ressentimento". ("Expression du caractère dans l'ecriture", Delachaux & Niestlé, 1953).



A unha do criminoso na letra P é bastante visível. O traço é acentuado pela existência de ângulos. A agressividade se mistura com sinais de insinceridade e dissimulação.



O escritor pode até mesmo ter dinheiro e bens, mas não conseguirá suprir aquilo que não teve na infância e dificilmente vai fechar este ciclo sem ajuda de especialistas. Portanto a necessidade de ter e reter vai continuar e com certa tendência a se exacerbar; pois não sabe trabalhar com suas frustrações.

O traço é amenizado quando o final se atenua em pequeno laço; voltado para à direita.
Quando o traço fica suspenso, tocando na linha imaginária da censura (limite entre a zona média e a zona inferior), a interpretação de desonestidade é facilmente observada. Embora nem sempre a desonestidade é considera um crime.

Neste caso observa-se que o movimento do escritor se dirige para cima; mas a intenção não é voltar a zona média; a arcada se torna maior. A interpretação diz que o mantém uma posição até certo ponto, para depois tomar a contrária; negando tudo que disse anteriormente. As mudanças ocorrem no plano emocional, físico, efetivo et.c; o escritor faz isto como um meio de sobrevivência. (Karohs)


O traço é projetado para a zona superior. Decididamente vai de encontro a zona média (onde ocorrem os conflitos), mas não chega a penetrar nela, quando isto ocorre o descontrole é maior e a pessoa já externou isto de forma visível. Neste exemplo ainda existe a tentativa de ocultar as intenções. Traços ligados a mudanças emocionais. Observa-se a problemática ligada a esfera sexual. A letra G não sobe até a zona média.

O grafólogo precisa observar que os sinais de desonestidade para serem confirmados devem ser acompanhados por signos de avareza e cobiça (arpões nas palavras iniciais e finais, falta ou margens estreitas, traços finais ausentes o curtos; unha de gato; traços regressivos)
Sem eles, a interpretação muda; especialmente se a pressão for pastosa, a escrita suja, invasiva etc. Nestes casos se acentua a problemática na esfera sexual. Nota-se a combinação de culpa e hostilidade, como o traço está na zona inferior; na maioria das vezes isto é inconsciente.

O traço regressivo, por excelência, nos remete ao passado, a infância; como normalmente termina no lado esquerdo; existem sentimentos e emoções não resolvidas nesta fase; elas estão presentes agora; mesmo que inconscientes; são fortes para influir de forma decisiva na maneira como escritor age.
Algo não revolvido ficou para trás; existe um sentimento de injustiça; existe a necessidade de punição (ou auto) e/ou justificação para os fatos ocorridos; enfim, não se sabe trabalhar com os acontecimentos do passados de maneira adequada.
Muitas vezes são pessoas convencionais e até mesmo de rigorosa educação religiosa. Segundo a grafóloga americana Amend-Ruiz, elas foram obrigadas a aceitar as normas e regras da sociedade. Não só têm o sentimento indefinido de fazer errado, mas também têm uma profunda necessidade de ser punidos por estes sentimentos.

O sentimento de culpa torna difícil a convivência; normalmente, são defensivas e muitas vezes colocam em seu inconsciente a culpa nos outros por suas dificuldades.
Como resultado de uma educação rigorosa, podem concluir que o sexo é mau e se sentem culpados pelos atos sexuais durante a puberdade.


Outra interpretação consistente neste movimento é a raiva. Assim quando escuta algo que não lhe convém, passa a culpar o outro por seus próprios erros (transferência). Nota-se a falta de assertividade. “A culpa não é da mensagem e sim do mensageiro”.

O escritor pratica uma espécie de autossabotagem emocional e pessoal; acredita no ganho secundário da satisfação que tem em agir desta forma. Trata-se, portanto de um traço bastante ligado ao masoquismo, especialmente quando a escrita for angulosa, com arpões, facas, traços acerados, em clava etc.

O Bibliografia será citada no final da série.

Paulo Sergio de CamargoGrafologia - Linguagem não-verbal

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