segunda-feira, março 17, 2008

Continuidade - Segunda Parte.


Contida
Nesta escrita os movimentos são menos livres; a inibição da progressão é mais forte. Demonstra falta de auto-suficiência ou sentimento de culpa. A pessoa não consegue chegar a bom termo o entre as tendências de internas e este desacordo a leva a um freio no gesto escrito que também pode resultar em ressentimentos.
Prudência em suas relações. Timidez e disciplina. Dificilmente se lança a novos empreendimentos, atividade e relações amorosas, pois deseja preserva a sua segurança.
Não se compromete de imediato, qualquer que seja a situação, necessita avaliar antes de decidir.
Desconfiança exagerada.


Monótona
A monotonia na escrita consiste na falta de diversidade em seus traços sendo repetitivo, na uniformidade do traçado na maioria dos gêneros. As variações são poucas, os traços de repetem de forma constante; normalmente sem qualquer tipo de originalidade, pois está é totalmente contrária a repetição.
Quanto mais sistemáticas forem as repetições, mais o grafismo normalmente tende a ter avaliação negativa. A progressão do gesto se faz de maneira automática. As interpretações de apatia e indolência, assim como de apego a rotinas, falta de criatividade; monotonia e aborrecimento são comuns nesta espécie.
Falta de sensibilidade perante aos mais diversos estímulos; o escritor pode até mesmo compreender aquilo que ocorre ao seu redor, contudo não se importa com as conseqüências dele; tanto para si como para os demais.
Falta de flexibilidade e escassa capacidade de improvisar mesmo diante daquilo que está familiarizado, mas principalmente frente ao novo. Cada estímulo que surge se torna um obstáculo difícil de ser ultrapassado.


Cadenciada
Neste caso o gesto gráfico não tem a contenção das espécies anteriores, o escritor se solta um pouco mais. O avanço do traçado tende a ser rítmico e regular. É certo que a espontaneidade ainda não se faz presente de forma completa.
A progressão do traço gráfico nesta espécie se situa entre a monótona e a rítmica. O dinamismo é pausado, controlado, mas não contido ou inibido. A organização não chega a ser natural; contudo não têm a rigidez as espécies anteriores. Poder existir a preponderância dos movimentos curvos.
A emotividade existe, mas está controlada e favorece de modo intenso a objetividade. A pessoa aceita determinada rotinas; mas sem se submeter a elas de modo rígido, precisa de momentos para relaxar.
Disto resulta da necessidade de manter tudo como está; mudando pouco ou muito pouco em sua maneira de agia. A cadência nas atitudes leva a entrar em um ciclo de progressão que não admite variações.


Ágil
Aisée para os franceses. As formas fluem de maneira espontânea, são progressivas sem discordância. Aqui a variações existem; são percebidas com certa facilidade, contudo jamais chegam ao exagero, ao contrário, o gesto tende a se simplifica, algumas vezes dotado de pequenas hesitações, mas sempre progressivo.
A escrita não chega a ter ritmo, mas algumas vezes se aproxima dele; mas as variações personalizadas não o permitem.
Como veremos mais adiante; o movimento Fluído; sem esforço, deriva deste tipo de continuidade. A personalidade pode ser traduzida como simples e espontânea; sem afetações. O contato social é realizado sem afetações e de maneira natural. Em termos de inteligência o escritor é aberto a novos procedimentos e não tem grandes resistências as novidades.


Rítmica
O dinamismo interior da pessoa é produto de tensões e suas interdependências que se liberam de sua energia e produzem um movimento de ordem vital. Este movimento é solto, composto, tranqüilo; freado, desorganizado, excitado; segundo o grau de equilíbrio interior que consciente ou não; canaliza aquela energia em determinado sentido. (Torbidoni)
Para Jamin trata-se de uma espécie que mistura outras. O ritmo é simétrico na distribuição de seus movimentos, existe alternância nas espécies do grafismo. O movimento se torna pessoal; único. Para Vels existem três conceitos difíceis de serem avaliado na escrita; o ritmo é um deles, ao lado de desigualdade metódica de Moretti e Harmonia de Jamin.
Para Klages é uma sucessão de movimentos e pode ser considerada como particularidade de ordem vital; depende da motricidade interior e individualizada do escritor; mas também de expressão dele, enquanto é um movimento criador. O ritmo gráfico chega a ser a resultante dos impulsos como são recebidos e canalizados pelo temperamento do escritor.
Existem pequenas, mas perceptíveis variações de tamanho, velocidade, inclinação, pressão etc.
A rapidez é mais evidente quando existe alto grau de espontaneidade
Indica plena utilização da estrutura morfológica das letras; mas também a prontidão e o desenvolvimento das manifestações expressivas.


Em outros artigos voltaremos a escrita Rítmica.
Este estudo pode visto de maneira mais profunda no livro
"Psicodinâmica do Espaço na Grafologia". Ed. Vetor.