A Forma
A forma é a característica mais intencional da onda gráfica. (Vels) Nela o consciente se expressa em quase sua totalidade. É certo que partimos de um modelo caligráfico estabelecido e assim aceitamos ou passamos a criar nossas próprias formas.
Aqui devemos novamente estudar os grandes autores, mas sempre dentro do contexto global de cada obra.
Mais uma vez voltamos ao início; é impossível estudar a Forma sem o Movimento, o Traço e o Espaço.
Amparo Botella afirma que a forma está ligada ao movimento como o jóquei ao cavalo. O estudo da interação deste binômio mostrará facetas da personalidade do escritor muito além do que o grafólogo pode pensar.
Todavia a Forma precisa (obrigatoriamente) ser estudada com o Espaço, Movimento e o Traço; como evoluir e se coordenam as palavras, frases, letras etc. Nesta avaliação deve ser abordada a maneira como todos se integram uns com os outros e entre si; aos pares e de forma trina; mas principalmente global.
A fig. 02 mostra isto. Pode estudar seguindo a linha de raciocínio: Forma- Movimento-Traço-Espaço; inverter Espaço-Traço- Movimento-Forma; etc. Avaliar entre duas e três e depois integrá-las aos demais.
A obra “Grafologia Expressiva” Ed. Ágora, 2006; foi escrita com objetivo de mostrar a importância dos gêneros e a necessidade maior de trabalhar com síndromes, para depois entrar nestes estudos.
O Traço
É a marca que deixamos no papel; trata-se do aspecto mais intangível e inimitável da onda gráfica. É aqui que nossa psicomotricidade se manifesta em sua plenitude. Na verdade o termo traz diversas ambigüidades e é muito confundido pelos grafólogos.
Deve ser avaliado de acordo com o relevo, o calibre; a pressão; a tensão etc.
A obra de Hegar; o estudo dos graus de tensão de Pophal, as teorias de Pfanne devem ser estudadas com afinco.
Sendo repetitivo: suas correlações com os outros aspectos; Movimento, Forma; Espaço.
Pophal já citava que “o traço é para o traçado aquilo que a matéria é para a forma”.
“O traço revela a substância; a “matéria prima psíquica”; o traçado mostra como a personalidade usou e orientou esse material.” Gille-Maisani.
Nunca é demais ser repetitivo; a interpretação do traço Apoiado; por exemplo; é muito pobre se não estudarmos como o movimento o conduz; como o movimento se adapta as formas da escrita e como as formas se integram ao espaço.
O descrito acima é a grafologia capaz de entender a dinâmica da personalidade do escritor.
Infelizmente poucos grafólogos no Brasil se dão conta disto e pior, insistem em trabalhar com teorias do século passado. Muito pior é quando não vêem a validade deste estudo; reconhecido em todos os países que se prezam por uma grafologia séria.
O livro “Grafologia Expressiva” Ed. Ágora; procura mostrar com profundidade a importância do traço no estudo da grafologia, especialmente para o iniciante na matéria. Em “A grafologia no recrutamento e Seleção de Pessoal”. Ed. Ágora; estudamos os graus de tensão de Pophal e algumas teorias de tensão relacionadas à liderança e motivação.
Para que o nosso estudo fique mais completo, está em adiantado estado o livro “Psicodinâmica do Traço na Grafologia”.
Creio que com isto possa dar ao grafólogo brasileiro uma visão mais abrangente da grafologia; especialmente com estudos de escritas brasileiras da atualidade; exemplos tirados de uma população de mais de 60.000 grafismos; abrangendo cerca de 15 estados brasileiros e mais de 150 cidades.
Final
É óbvio que a grafologia deve abranger o estudo das principais Síndromes Gráficas; do Nível de Forma e, a Organização e a Harmonia de Crépieux-Jamin. Além é claro das teorias de Moretti.
Estes estudos estão focalizados nos meus livros descritos anteriormente.
Afirmo de forma categórica que sem estes conhecimentos e outros mais específicos, não se pode realizar o estudo grafológico da escrita para perceber a verdadeira dinâmica da personalidade; torna-se impossível descrever precisamente o Perfil do escritor. Fica muito ”pobre”; para dizer o mínimo.
Portanto, é o caso de se fazer uma pergunta:
- Sabemos de tudo isto?
Mais ainda; questionar o grafólogo que vai nos ensinar se ele tem esta capacidade para descrever todas as teorias necessárias para que o aluno conheça grafologia com profundidade.
São precisos inúmeros exercícios de conjugação de espécies e avaliação delas dentro dos quatro parâmetros traçados. Isto não se consegue com exemplos de escritas que não existem mais.
Todo este conhecimento e prática requerem no mínimo dois anos de estudo profundos e acompanhamento constante; sem os quais o futuro grafólogo dificilmente exercerá com plenitude suas funções.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Paulo Sergio de Camargo
Palestrante Internacional
Mestre. Especialista em Neurociências do Comportamento Humano.
Consultor de empresas
Membro de Honra da "Agrupación Grafoanalistas Consultivos en Espanã"(Barcelona)
SOBRAG, Sociedade Brasileira de Grafologia.
Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Grafologia
Membro de Honra da Sociedade Mexicana de Grafologia.
Grafólogo com maior número de livros publicados a respeito de grafologia no continente.
Maior escritor livros de Linguagem Corporal do Brasil.