quarta-feira, fevereiro 06, 2008

A Forma
A forma é a característica mais intencional da onda gráfica. (Vels) Nela o consciente se expressa em quase sua totalidade. É certo que partimos de um modelo caligráfico estabelecido e assim aceitamos ou passamos a criar nossas próprias formas.
Aqui devemos novamente estudar os grandes autores, mas sempre dentro do contexto global de cada obra.
Mais uma vez voltamos ao início; é impossível estudar a Forma sem o Movimento, o Traço e o Espaço.

Amparo Botella afirma que a forma está ligada ao movimento como o jóquei ao cavalo. O estudo da interação deste binômio mostrará facetas da personalidade do escritor muito além do que o grafólogo pode pensar.
Todavia a Forma precisa (obrigatoriamente) ser estudada com o Espaço, Movimento e o Traço; como evoluir e se coordenam as palavras, frases, letras etc. Nesta avaliação deve ser abordada a maneira como todos se integram uns com os outros e entre si; aos pares e de forma trina; mas principalmente global.
A fig. 02 mostra isto. Pode estudar seguindo a linha de raciocínio: Forma- Movimento-Traço-Espaço; inverter Espaço-Traço- Movimento-Forma; etc. Avaliar entre duas e três e depois integrá-las aos demais.

A obra “Grafologia Expressiva” Ed. Ágora, 2006; foi escrita com objetivo de mostrar a importância dos gêneros e a necessidade maior de trabalhar com síndromes, para depois entrar nestes estudos.


O Traço
É a marca que deixamos no papel; trata-se do aspecto mais intangível e inimitável da onda gráfica. É aqui que nossa psicomotricidade se manifesta em sua plenitude. Na verdade o termo traz diversas ambigüidades e é muito confundido pelos grafólogos.
Deve ser avaliado de acordo com o relevo, o calibre; a pressão; a tensão etc.
A obra de Hegar; o estudo dos graus de tensão de Pophal, as teorias de Pfanne devem ser estudadas com afinco.
Sendo repetitivo: suas correlações com os outros aspectos; Movimento, Forma; Espaço.

Pophal já citava que “o traço é para o traçado aquilo que a matéria é para a forma”.
“O traço revela a substância; a “matéria prima psíquica”; o traçado mostra como a personalidade usou e orientou esse material.” Gille-Maisani.

Nunca é demais ser repetitivo; a interpretação do traço Apoiado; por exemplo; é muito pobre se não estudarmos como o movimento o conduz; como o movimento se adapta as formas da escrita e como as formas se integram ao espaço.
O descrito acima é a grafologia capaz de entender a dinâmica da personalidade do escritor.
Infelizmente poucos grafólogos no Brasil se dão conta disto e pior, insistem em trabalhar com teorias do século passado. Muito pior é quando não vêem a validade deste estudo; reconhecido em todos os países que se prezam por uma grafologia séria.

O livro “Grafologia Expressiva” Ed. Ágora; procura mostrar com profundidade a importância do traço no estudo da grafologia, especialmente para o iniciante na matéria. Em “A grafologia no recrutamento e Seleção de Pessoal”. Ed. Ágora; estudamos os graus de tensão de Pophal e algumas teorias de tensão relacionadas à liderança e motivação.

Para que o nosso estudo fique mais completo, está em adiantado estado o livro “Psicodinâmica do Traço na Grafologia”.
Creio que com isto possa dar ao grafólogo brasileiro uma visão mais abrangente da grafologia; especialmente com estudos de escritas brasileiras da atualidade; exemplos tirados de uma população de mais de 60.000 grafismos; abrangendo cerca de 15 estados brasileiros e mais de 150 cidades.





Final
É óbvio que a grafologia deve abranger o estudo das principais Síndromes Gráficas; do Nível de Forma e, a Organização e a Harmonia de Crépieux-Jamin. Além é claro das teorias de Moretti.
Estes estudos estão focalizados nos meus livros descritos anteriormente.

Afirmo de forma categórica que sem estes conhecimentos e outros mais específicos, não se pode realizar o estudo grafológico da escrita para perceber a verdadeira dinâmica da personalidade; torna-se impossível descrever precisamente o Perfil do escritor. Fica muito ”pobre”; para dizer o mínimo.
Portanto, é o caso de se fazer uma pergunta:
- Sabemos de tudo isto?
Mais ainda; questionar o grafólogo que vai nos ensinar se ele tem esta capacidade para descrever todas as teorias necessárias para que o aluno conheça grafologia com profundidade.

São precisos inúmeros exercícios de conjugação de espécies e avaliação delas dentro dos quatro parâmetros traçados. Isto não se consegue com exemplos de escritas que não existem mais.
Todo este conhecimento e prática requerem no mínimo dois anos de estudo profundos e acompanhamento constante; sem os quais o futuro grafólogo dificilmente exercerá com plenitude suas funções.