Escritas de cegos
Desde o início do século passado alguns médicos estudaram a escrita pessoas cegas. Todavia as melhores pesquisas ocorrem depois da década de 20; muitas delas, como a descrita a seguir, foram filmadas e os resultados analisados durante anos.
Robert Saudek; no livro "Experiments of handwriting". Books Profissionals. Sacramento, Califórnia; 1978; destaca dois tipos de escritas:
"Blind" Handwriting.
- Artificial.
Produzidas por pessoas que podem ver; contudo estão no escuro ou fecham os olhos. Nas experiências executada pelo grafólogo Saudek as pessoas abriam os olhos.
- Pessoas genuinamente cegas.
O autor faz um estudo dos fatores que ocorrem na escrita das pessoas que perderam a visão. Como por exemplo, o funcionamento normal do pulso e da musculatura dos braços, mãos e dedos; da memória visual, etc.
Diz ao autor que a pessoa ao ficar cega; diante das novas circunstâncias o ato de escrever se torna um tormento e as formas produzidas divergem essencialmente da prévia escrita automática (que possuía antes). Depois, mesmo em condições crônicas, o organismo se adapta e os movimentos das mãos e dos dedos vão se tornando automáticos; e cada vez mais ficando perto da escrita anterior.
Quando a cegueira é total as distorções na escrita são extraordinárias; contudo elas aparecem muito mais na formação das letras do que no espaço entre as palavras no texto. Os espaços entre as palavras tendem a se ampliar e são muito grandes.
O espaço inicial entre as linhas se amplia no início, pois o escritor fica ansioso para não misturá-las e para o final do texto este espaçamento do eixo vertical se tornar irregular. A direção das linhas se torna bastante ascendente.
Todos estes erros de espaçamento; tanto no plano horizontal como no vertical tem uma única causa: o escritor está privado de seu senso de orientação espacial sobre a superfície do papel.
As primeiras informações que ele recebe do espaço que vai utilizar são táteis e sua memória visual diz para ele o lugar onde começar a escrita; a primeira palavra ou linha.
Embora ainda tenha pleno controle das funções e possa executar automaticamente os movimentos com as mãos e dedos; o escritor está privado do poderoso auxiliar que é o controle visual e isto influi de maneira decisiva na precaução com que executa os movimentos.
Certamente que grandes espaçamentos não afetam a legibilidade da escrita; mas o pequeno espaçamento o faz de modo extraordinário. Assim existe o exagero do espaço e o medo de uma vez levantada a caneta do papel ela não encontre o mesmo fio condutor do traço anterior.
A posição do braço passa a ser utilizada para orientar a posição do espaço na página. Neste, como em outros pontos, Saudek; faz uma descrição detalhada de cada um dos procedimentos.
Posteriormente fala dos ideais de representação que a pessoa retém na escrita antes da pessoa ficar cega. Estuda os mecanismos de expressão; da imagem antecipadora de Klages. Mas isto é assunto para outro artigo.
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
Paulo Sergio de Camargo
Palestrante Internacional
Mestre. Especialista em Neurociências do Comportamento Humano.
Consultor de empresas
Membro de Honra da "Agrupación Grafoanalistas Consultivos en Espanã"(Barcelona)
SOBRAG, Sociedade Brasileira de Grafologia.
Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Grafologia
Membro de Honra da Sociedade Mexicana de Grafologia.
Grafólogo com maior número de livros publicados a respeito de grafologia no continente.
Maior escritor livros de Linguagem Corporal do Brasil.
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