A CONDUÇÃO DO TRAÇADO
A nova nomenclatura francesa dividiu o gênero pressão. A condução do traçado (Conduit du tracé) foi separada dos gênero clássico pressão.
Com isto o grafólogo obtém melhor precisão na avaliação do grafismo.
Contudo este é um tema dos mais difíceis de se observar na grafologia e o novato somente consegue atingir os objetivos com a constante supervisão de um orientador experiente.
Observa-se o comportamento da escrita cursiva da maneira como o traço se desenrola ou se desenvolve. De acordo com o modelo caligráfico, o desenvolvimento cursivo da escrita é efetuado dentro de uma associação e uma alternância:
- plenos que se executam de cima para baixo em flexão num gesto em tensão.
- os que dissolvem ou se desatam são executados de baixo para cima em extensão em um gesto de relaxamento.
A tensão do traço ou do traçado se origina do tônus muscular, como expressão das defesas; do autodomínio e das interações do eu, com as descargas da sensibilidade das pulsões instintivas.
O grafólogo italiano Marco Marchesan dividiu a "tensão" em três níveis:
- Frouxa
Pouca capacidade de atenção e de tomar decisões. Moleza, apatia, reações retardadas; passionalidade; falta de vontade.
- Elástica
Atitude de ajuste rápido ao meio, atenção e concentração sem gastos supérfluos de energia. Orientação de modo equilibrado para atividades dinâmicas ou contemplativas.
- Tensa
Hipertensão e irritabilidade. Autodisciplina rígida; fácil esgotamento e desequilíbrio. Necessidade de estímulos.
Os Estudos de R. Saudek
Na prática, o grau de tensão do traço tem relação direta com o coeficiente de fricção por deslize (fricção da ponta do instrumento sobre o papel).
R. Saudek indica que a pressão na escrita aumenta em proporção com a tensão. Eis porque se pode determinar o grau de tensão examinando o grau da pressão.
Quanto mais as superfícies de contato são lisas, mais a fricção é diminui. O caso limite é o onde a fricção seria nula, o que nunca ocorre na prática.
A tensão do traço é mais elevada na formação dos traços descendente, ou seja, traçados escritos na direção do escritor; neste caso estão de acordo com os gestos de contração; em franca oposição aos traços executados no sentido oposto (extensão, relaxamento) que se afastam do corpo do escritor.
Como a escrita reflete a disposição interior de quem escreve; nada mais natural que ela se revele nos níveis de tensão.
A classificação inicial de R. Saudek:-
- Escrita como tensão normal.
- Escritas hipertensas.
- Escritas hipotensas.
- Escritas mistas, alternadamente equilibradas, hiper ou hipo.
A escola francesa dividiu este gênero em cinco tipos de escritas:
Hipotensa
Flexível
Firme
Contraída
Hipertensa
É o que veremos no próximo artigo.
"Uma ciência que não progride não é uma ciência. Estou feliz ao fornecê-los por meio desta dádiva, como uma ferramenta de trabalho preciosa. Este horizonte, de proporções infinitas, que eu estou abrindo até os futuros grafólogos." Michon, sobre os signos complexos.
domingo, fevereiro 17, 2008
Paulo Sergio de Camargo
Palestrante Internacional
Mestre. Especialista em Neurociências do Comportamento Humano.
Consultor de empresas
Membro de Honra da "Agrupación Grafoanalistas Consultivos en Espanã"(Barcelona)
SOBRAG, Sociedade Brasileira de Grafologia.
Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Grafologia
Membro de Honra da Sociedade Mexicana de Grafologia.
Grafólogo com maior número de livros publicados a respeito de grafologia no continente.
Maior escritor livros de Linguagem Corporal do Brasil.