A CONDUÇÃO DO TRAÇADO - Tensão
Segunda Parte
Este gênero se divide em hipotensa; flexível, firme, contraída, hipertensa.
1. Hipotensa
Para os franceses “hypotendue”. Neste caso os gestos de relaxamento predominam claramente sobre os gestos de tensão, dando ao traçado uma idéia geral incerta e relaxada, caída, principalmente caracterizada por; inúmeras irregularidades, pouca proporção; formas imprecisas, infladas, s, filiforme; movimento flutuante.
A terminologia usada por Jacqueline Pinon para esta escrita é “lacheé” e para Pegeout “mou”.
A tensão nas escritas hipotensa é insuficiente, observa-se a ausência de rigidez na escrita e com isto ocorre a perda de estruturas das letras e o ritmo é afetado se maneira quase total. Falta “coluna vertebral” na escrita. Os traços verticais carecem de estruturas e sofrem modificações no tamanho e na pressão propriamente dita. Existe relaxamento, mas ele não possui elasticidade. Os gestos de flexão e extensão não são coordenados, daí a pouca proporção e precisão entre as formas.
A adaptação se faz sem resistência; muito mais no sentido de acomodação para não ter que enfrentar desafios ou criar conflitos, pois o escritor sabe; até mesmo de forma inconsciente, que não tem capacidade para tal. A tendência nestes casos é fugir de responsabilidades, pois a vontade não é uma de suas qualidades.
Não existe falta de convicção em suas posições, as exigências são poucas; é capaz de mudar para não se comprometer. O investimento nas ações é pouco; pois deseja preserva-se.
2. Flexível
A nomenclatura francesa a chama de “souple”. Os gestos de relaxamento predominam sobre os gestos de tensão, dando ao traçado uma idéia geral arejada e de fluidez, principalmente caracterizada por:
Para Renna Nezos a tensão flexível se origina de uma adaptação sem perder a personalidade, a possibilidade de evolução e renovação; a capacidade de assimilação consciente e boa economia de energia.
Formas simples, em curva, em guirlanda, muitas vezes proporcionais; traço leve ou nutrido sem grandes desigualdades, direção das letras homogêneas
O traçado é bem executado, elástico; a velocidade tende ser moderada, dificilmente precipitada. A energia gasta no grafismo parece ser controlada. Existe equilíbrio nos gestos de coordenação motora, entre os de flexão e extensão, fato que resulta em boa proporção no traçado. Apresenta sinais de tensão e firmeza, a base das letras tende a ser realizada em curvas.
O escritor tem controle dos gestos e por isto sabe onde colocar suas energias; assim pode variar de ritmo ao longo do traçado, evidentemente que desprovido de qualquer exagero. A pessoa tem confiança em si, se no caso anterior existia acomodação, aqui existem a assertividade e o ajustamento controlado ao meio em que vive.
Controle espontâneo das iniciativas; autenticidade nos contatos e espírito de adaptação, mas também de conciliação. Dificilmente foge da realidade.
Equilíbrio nos sentimentos e autocontrole pessoal.
3. Firme
O termo utilizado pela escola francesa é “ferme”. Os gestos de tensão se equilibram com os gestos de relaxamento, dando ao traço uma idéia geral de resolvida e medida, principalmente caracterizadas por:
Formas mais para claras, precisas e proporcionadas, nuances de irregularidades e de dimensões sem exageros; - a continuidade favorece a progressão. Movimento controlado.
Os traços são retos firmes e seguros, não existe vacilação no ato de escrever, o grafismo é dinâmico, a direção das linhas é regular e os traços são limpos, precisos e em relevo. A continuidade é estável e o grafismo apresenta coesão em toda sua estrutura.
Esta escrita associa gestos de tensão e relaxamento; a rigidez é ligeiramente mais acentuada. O traçado ainda e executado de modo fácil, contudo é mais firme e consistente que os anteriores. A pressão se eleva nos traços verticais e descendentes. Os contrastes entre os gestos de flexão e extensão se tornam mais nítidos.
Existe a nítida impressão de coesão no grafismo; a energia é bem distribuída e utilizada com determinação. A adaptação conjuga o instinto e razão. (Pinon)
Confiança em si, resolução e capacidade de decidir sem intolerância e intransigência. Vontade. Bom nível de resistência frente a influências exteriores. Predisposição para a ação. Personalidade forte. Ambição, determinação e eficácia. Espírito perseverante e sangue frio. Boa capacidade de rendimento em trabalhos que exijam esforços prolongados. Firmeza e brio em suas opiniões. Estabilidade, praticidade, vitalidade física e tenacidade.
4. Contraída
Na escrita “tendue” para a escola francesa os gestos de tensão predominam sobre os gestos de distensão, dando ao traço uma idéia geral de um esforço dominado caracterizado principalmente por:
Distensão primária ou secundária da pressão deslocada provocando uma acentuação no eixo horizontal. E/ou de estreitamentos, dos ângulos, uma pressão reforçada sobre os plenos, e/ ou sobre os distendidos, provocando uma acentuação do eixo vertical; e/ou uma acentuação da forma, direção das letras muitas vezes regular, por vezes hesitante, com direção das linhas retesada.
Nesta escrita não existe bom equilíbrio entre os gestos de flexão e extensão; na maioria das vezes predominando o primeiro; com isto a proporção dificilmente fica equilibrada. A espontaneidade do gesto gráfico desaparece, a continuidade sofre variações e o eixo vertical passa a predominar. Os traços de rigidez se sobrepõem aos de relaxamento. A pressão se torna apoiada ou paralela. O
A noção de resistência a um “obstáculo interior” é uma das mais importantes manifestações deste tipo de escrita.
A resistência e torna um empecilho a adaptação, a aceitação das idéias e pensamento dos demais; ao no nível da ação como nos de relações.
O escritor fica em permanente estado de prontidão; reação imediata a qualquer estímulo que chegue até ele. Personalidade forte, combativa, com pouca capacidade para aceitar sugestões e idéias, quando o faz é apenas aparentes, apenas para fazer valer seus pontos de vistas
Tem opiniões próprias; não é influenciado e dificilmente se aparta das mesmas, quando toma uma posição tende a não ceder.
Não sabe trabalhar com suas emoções e isto leva a frustrações, especialmente porque tem medo da rejeição dos demais. Disto pode resultar em defesa prévia para proteger os sentimentos.
A canalização das energias não se faz de modo fluído, tende a gastar mais do que necessita na maneira de atuar; em parte para resolver os problemas propriamente ditos, em outra visando manter o controle de si, de suas emoções, da exteriorização e até mesmo daqueles que estão ao seu lado.
5. Hipertensa
Na escrita “hypertendue”; os gestos de tensão predominam nitidamente sobre os gestos de distensão dando ao traçado uma idéia geral contraída, caracterizada principalmente por:
• Traço apresentando excessos
- muito apoiada ou muito leve
- irregular dentro da textura e ou do seu apoio
- plano ou em um traço longitudinal
• Associado:
Seja na presença:
- sacudidas, espasmódicas, que chocam entre si, com suspensões, incompletas, com furos,
- direção irregular das letras e das linhas.
Se um tipo dominante se desprende em certos grafismos, o mais comum de vários tipos de conduta que estão presentes no mesmo grafismo.
Por outro lado os sinais gráficos se contrastam com a idéia geral do traçado ou o tipo de conduta dominante, podem aparecer por intermitência dentro da via do traçado (ângulos, estreitamentos, retração do gesto, retoques, sacudidas, que se chocaram, suspensões, espasmos, pontos ou travessões inúteis...).
Os sinais, chamados de endurecimentos ou crispações, modificam a idéia geral do traço.
Neste tipo de escrita nota-se a falta de coordenação entre os movimentos de flexão e extensão, muitas vezes eles aparecerem de maneia aleatória no texto. As formas mais características da rigidez estão presentes; ângulos, estreitamentos; contração do movimento; organização espacial rígida etc. Caso existam curvas, nelas estão ausentes a características principal deste gesto; ou seja, a flexibilidade.
Existe a dificuldade para controlar as agitações internas e com isto a emotividade que por vezes aflora de maneira intensa. As tentativas de se relacionar de maneira espontânea não obtêm sucesso, porque a pessoas não consegue atuar desta forma.
Quanto maior o grau de rigidez na escrita; menor a resistência as frustrações; mais o sujeito está ligado em si mesmo. Peugeot chama isto de egocentrismo de tensão.
Estímulos desconhecidos elevam o permanente estado de alerta e assim os estados de inquietudes aparecem de forma mais contínua e duram maiores períodos de tempo; as descargas de ansiedades, portanto diminuem.
Nos adolescente reflete o estado de turbulência interna e insatisfação; assim como as descargas de tensões e ansiedades. Se por um lado nesta idade pode ser puramente situacional, por outros em adultos tende a ter uma avaliação mais voltada para o constitucional.
Diante de qualquer atividade a vontade se torna exasperada; exigente, impositiva e por demais rigorosa. È muito comum em profissões que necessitem de pronta resposta, rigidez e onde a autoridade tenha que ser respeitada sem contestações (militares, por exemplo).
"De la graphologie avant toute chose."
segunda-feira, março 03, 2008
Paulo Sergio de Camargo
Palestrante Internacional
Mestre. Especialista em Neurociências do Comportamento Humano.
Consultor de empresas
Membro de Honra da "Agrupación Grafoanalistas Consultivos en Espanã"(Barcelona)
SOBRAG, Sociedade Brasileira de Grafologia.
Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Grafologia
Membro de Honra da Sociedade Mexicana de Grafologia.
Grafólogo com maior número de livros publicados a respeito de grafologia no continente.
Maior escritor livros de Linguagem Corporal do Brasil.