sexta-feira, julho 03, 2015

Linguagem corporal O silêncio


 

Linguagem corporal
O silêncio




É melhor manter a boca fechada e parecer estúpido do que abri-la e remover a dúvida.
Mark Twain



Muitas vezes o mais importante não é o que o líder diz e sim aquilo que não diz. O silêncio quando bem utilizando é uma arma extremamente eficaz.
Ao fazer pequenas pausas na voz o líder tem tempo para refletir, quando são maiores que o normal é preciso ter em mente qual a mensagem que deseja passar aos demais.
Learning Group Leadership: An Experiential Approach. Jeffrey A. Kottler,Matt Englar-Carlson
Na década de 70 surgiram os primeiro estudos de silêncio e suas s funções na interação.
Diversos autores (Bruneau (1973), Jensen (1973), Johannesen (1974), (Tannen & Saville-Troike, 1985), (Jaworski, 1997), Jaworski (2005), assinalaram as mais diversas funções do silêncio, como conversas, testemunho, entrevistas médicas, questionamentos, educação etc.

Dennis Kurzon, professor de linguística da Universidade de Haifa em  Israel cita cinco funções do silêncio:
- Vinculos. Pessoas que oram ou fazem um minuto de silêncio querem mostrar que estão juntas. O povo israelense faz dois minutos de silêncio em todo o país pelas vítimas do holocausto. Trânsito, escolas, comércio, tudo é  paralisado em memória aos mortos na Segunda Guerra Mundial.
- Afetar os demais. Neste caso o silêncio pode indicar frieza, falta de interesse, indiferença, antipatia etc.
- Revelação. A pessoa não sabe o que dizer. Quando pega de surpresa diante de um questionamento a acusado no júri não tem palavras para explicar.
- Julgamento, crítica. Indica aprovação ou desaprovação de alguém, fato,  coisa etc.
- Ativação. A pessoa está se preparando para falar. Muitas vezes o corpo se movimenta antes para avisar que irá tomar a palavra.
O líder precisa interpretar de imediato a forma como o silêncio do grupo de liderados ou de outras pessoas, todavia também necessitar treinar a maneira como conduz o seu silêncio. Lembre-se que o timing do silêncio em qualquer negociação é por demais importante. Isto é conseguido com muito treino e vivências.  Alguns líderes se silenciam durante curtos períodos de tempo com auxílio de óculos, papéis e outros instrumentos.
Mas tome cuidado com o silêncio obsequioso demais, trata-se de um sinal de submissão. Isto é observado quando a criança leva bronca dos pais, simplesmente baixa a cabeça e não responde nada. Literalmente se encolhe, em termos de liderança é um péssimo sinal. Apesar de usar o silêncio como arma, o líder tem que ter a iniciativa da palavra, ou melhor das ações.

O líder tem várias maneira de utilizar o silêncio a seu favor:
Para saber mais dos outros a melhor estratégica é ouvir muito mais e falar menos. Deixe o outro falar, incentive com gestos não verbais. Mostre-se interessado e não interrompa. Faça gestos afirmativos rápidos com a cabeça, você está dizendo que concorda com os outros. Sorria, isto mostra felicidade com que o outro diz.
O líder sempre escuta os subordinados, mesmo nos assuntos mais triviais. Caso queixa desabafar, ouça com atenção redobrada, você vai perceber que sempre que necessitar o subordinado vai te procurar.
Em suas palestras ou colocações ao fazer uma apresentação de negócios diga uma frase de efeito intenso e logo após faça o silêncio estratégico. Certamente muito irão lembrar este momento.
Não fale com o “fígado”. No momento em que está com raiva opte pelo silêncio. A possibilidade de dizer “besteiras” é muito grande. Siga o ditado árabe: “não faça da sua língua a espada que vai cortar sua cabeça”.
Antes de falar qualquer coisa, respire fundo várias vezes e mesmo depois que se acalmar ainda pense duas vezes.  O líder a atualidade é reflexivo e tem controle daquilo que realiza.
O silêncio pode torna-lo um sábio. Há alguns anos pesquisadores preparou um ator e o levou para observar o debate entre doutores de certa universidade. Durante toda a discussão, o ator, apresentado também como doutor, não disse uma palavra, apenas anotava e fazia gestos com a cabeça. Depois solicitaram a avalição dos participantes sobre o ilustre convidado. O resultado foi que quase todos o consideraram detentor de grande saber. Apenas um avaliou que não poderia falar nada, pois o “doutor” não disse nenhuma palavra.

Quando as negociações ficam em um impasse ou não vão a lugar nenhum o silêncio se torna um momento de reflexão. Isto vai facilitar a encontrar novas e interessantes soluções.
O escritor americano Mark Twain escreveu:
"A palavra certa pode ser eficaz, mas nenhuma palavra é tão eficaz quanto uma pausa cronometrada corretamente."

Para finalizar a frase de Wittgenstein:

“O que não podemos falar, devemos deixar em silêncio!”





Paulo Sergio de Camargo

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