‘Economia é o tema que deixa Marina mais insegura’,
diz especialista em linguagem corporal
Já casamento gay é o assunto que a deixa mais desconfortável
durante sabatina promovida pelo GLOBO
POR MICHELE MIRANDA
11/09/2014 14:52 / ATUALIZADO 11/09/2014 15:55
Marina segura o anel na mão esquerda e usa apoio em um caderno: sinal de insegurança -
Agência O Globo / Ivo Gonzalez
RIO - Enquanto falar de economia provoca insegurança a Marina Silva, candidata do PSB à
Presidência da República, o casamento gay é o tema que mais causa desconforto a ela. A opinião é do
especialista Paulo Sérgio Camargo, autor dos livros “Linguagem Corporal” (2010) e “Não minta para
mim! Psicologia da Mentira e Linguagem corporal” (2012, ambos da Editora Summus), que analisou a
postura da presidenciável na sabatina promovida por O GLOBO, nesta quinta-feira.
— Economia é o tema que mais deixa Marina insegura, que mais causa preocupação. Ela ainda não
sabe bem o que vai fazer. Isso fica claro porque ela trava os movimentos corporais, deixa as mãos
mais coladas ao corpo, além de as expressões na testa ficarem mais marcadas. Mas ela é muito sincera
sobre estar aberta à opinião de economistas experientes, porque olha para frente e faz o gesto de
“sim” com a cabeça — opina Camargo. — É o casamento gay que a deixa mais desconfortável,
chegando a gaguejar. Ela demonstra que não está à vontade. Aliás, ficou tensa durante toda a sabatina.
No início, agarrou-se a um caderno de anotações e não parava de mexer em um anel na mão esquerda.
Ela estava insegura, precisava de um apoio e usou esses objetos como uma muleta. Depois se sentiu
mais confortável e os abandonou.
Ela estava insegura, precisava de um apoio e usou esses objetos como uma muleta. Depois se sentiu
mais confortável e os abandonou.
Ao falar de economia, Marina trava os gestos das mãos - Ivo Gonzalez / Agência O Globo
Polarização de PT e PSDB, ataques feitos pelos presidenciáveis Dilma Rousseff e Aécio Neves,
nova política e são temas que provocam emoção a Marina, de acordo com a observação de Camargo.
— Marina tem muita emoção na voz ao falar da nova política, até baixando o olhar. Ela exibe um tom
messiânico, como se fosse ungida, a escolhida, para promover uma mudança pela qual tem muita
convicção — comenta o especialista. — Ela fica abalada pessoalmente ao falar dos adversários políticos.
Quando comenta os boatos de que é contra pré-sal, Marina curva o corpo, demonstrando
que há uma determinação para combater essas acusações.
Ela sentiu esse golpe, mas não quer atacar Dilma e Aécio na mesma altura, não existe raiva, apenas tom
de acusação, ao apontar com o dedo indicador sempre que cita os nomes deles.
Marcas de expressão na testa = significa tensão.
Apesar de citar Eduardo Campos, morto em agosto, constantemente ao comentar as propostas políticas
nascidas quando o candidato à Presidência pelo PSB ainda era ele, Marina parece querer deixar o
passado para trás, especialmente quando perguntada sobre o avião em que viajava o candidato no dia
do acidente.
— Ela fala superficialmente sobre o tema do avião, da empresa acusada de ser laranja. Isso demonstra
que ela gostaria de deixar esse assunto de lado, tanto é que fala mais da família de Campos e menos das
acusações, minimizando os gestos com as mãos e os braços.
acusações, minimizando os gestos com as mãos e os braços.
A segurança no discurso de Marina aparece ao falar de suas opiniões sobre o meio ambiente:
— Ela tem uma opinião formada sobre isso e não vai mudar suas convicções. Marina está totalmente
convencida sobre a matriz energética e não vai investir em usinas nucleares. Ela se preocupa mais com
os índios e com o meio ambiente, eles estão em primeiro lugar. Isso fica claro porque ao fazer as
afirmações, ela inclina o corpo e a cabeça para frente.
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