quinta-feira, setembro 04, 2014

Especialista vê 'falta de emoção' em gestos do debate
FLÁVIA MARREIRO
​, ​
DE SÃO PAULO
03/09/2014 02h00

Não só no duelo de promessas se decide um debate. Mesmo que eliminasse o som da TV, o eleitor teria opiniões e sentimentos a respeito dos candidatos e, provavelmente, usaria algo disso em sua decisão de voto.
Pelo menos é o que acreditam especialistas que estudam o impacto da linguagem não verbal nas avaliações humanas –quer em julgamentos, quer em testes para detectar interesse amoroso.
No caso de eleições, é comum que candidatos treinem para suprimir gestos considerados negativos e potencializar os que provocam empatia ou exibem força e poder.
Considerando esses critérios, quem foi melhor no debate presidencial de ontem? A Folha convidou o especialista Paulo Sergio de Camargo, autor de "Linguagem Corporal" (Summus, 2010), para comentar as performances.
A avaliação geral de Camargo não é animadora: falta emoção aos postulantes, que não escapam do rótulo de "candidatos de farmácia". "Aqueles que pegam respostas prontas na prateleira. Ensaiam tanto que falam sem emoção! O corpo revela", afirma Camargo.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1510029-especialista-ve-falta-de-emocao-em-gestos-do-debate.shtml
Algo da emoção demonstrada por Levy Fidelix (PRTB) nas considerações finais do embate de anteontem não viria mal, avalia o especialista.
Camargo crê que Dilma Rousseff (PT) evoluiu em seu desempenho corporal em relação a 2010, mas ainda peca por não neutralizar sinais que transmitem "arrogância".
Já Marina Silva (PSB) usa a seu favor a postura curvada, "que passa humildade", e a voz infantil, "que não gera desconfiança", em contraste com a ênfase de seu discurso. Seu ponto fraco é face tensa e sorriso de menos, que não combinam com a mensagem de esperança no "novo".
Aécio Neves (PSDB) é, para Camargo, correto, mas monótono. Ganharia se incorporasse algo do colega Eduardo Jorge (PV), o rei do gesto. O "gesto de batuta", com uma das mãos erguida, usado em memes na internet, virou sua marca. "Esse gesto tem um grande potencial dramático. [Barack] Obama usa. O problema é quando Eduardo Jorge exagera e vira caricatura de si mesmo."



Paulo Sergio de Camargo
Grafologia - Linguagem Corporal
grafonauta@br.inter.net
Cursos, palestras de Linguagem Corporal e Grafologia.






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